No dia 20 de novembro de 2024, desembarquei em Buenos Aires com uma missão que parecia quase divina: captar, através das lentes, o amor inabalável do povo argentino por Diego Armando Maradona. Diego não foi apenas um jogador de futebol; ele foi um símbolo, um enigma, um reflexo da humanidade com todas as suas nuances. Em sua marcante passagem por este mundo, mostrou que até mesmo os "deuses" podem carregar erros e acertos, virtudes e falhas, tornando-se mais próximos de nós, mortais.
Desde o primeiro instante em que pus os pés naquela cidade pulsante, fui envolvido por algo que transcende a lógica. Eu sabia da devoção a Diego, mas a profundidade e a força dessa paixão me arrebataram. Diego não é apenas lembrado, ele é vivido, respirado. Sua presença está em cada esquina: pintado nos muros, estampado nos produtos, iluminando letreiros de estabelecimentos e, acima de tudo, habitando os corações do povo argentino. Cada rua conta uma história, cada rosto carrega um brilho que só quem acredita no impossível pode exibir.
A cada conversa, a cada olhar, mergulhei mais fundo nesse culto que vai muito além do futebol. É uma conexão que mistura orgulho nacional, sonho coletivo e um laço visceral com alguém que, aos olhos de muitos, trouxe alegria, identidade e um pouco de magia. Fotografar essa relação me fez ver Diego não como um herói distante, mas como um ser humano que ousou ser gigante, mesmo com suas imperfeições.
Pessoalmente, essa jornada transformou minha percepção. Ao compreender um pouco mais sobre essa idolatria, passei a admirar Diego de uma maneira que transcende o óbvio. Porque talvez o que torne sua história tão comovente não seja a perfeição, mas justamente sua imperfeição – a vida real nunca é sobre heróis impecáveis, mas sobre seres humanos que deixam uma marca indelével no coração de todos que os cercam. Como um dia ele mesmo disse: La Pelota no se mancha.

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